Projeto

DENOMINAÇÃO DA OPERAÇÃO:

CRASSOREAB - REABilitação da produção de ostra portuguesa CRASSOstrea angulata com recurso a microlagas autóctones

DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA OPERAÇÃO


Este projeto visa contribuir para a reabilitação da atividade de produção de ostra portuguesa, Crassostrea angulata, optimizando a cultura larvar em sistemas de aquacultura, através da introdução de dietas baseadas em microalgas autóctones de elevado valor nutricional. Será ainda avaliada a performance de desenvolvimento juvenil e a qualidade dos reprodutores condicionados com as diferentes dietas de microalgas autóctones. O sucesso da ostra semente produzida será testado em viveiros de produção de C. angulata.

OBJETIVOS DA OPERAÇÃO


1. Reabilitar a produção de um recurso vivo autóctone de elevado valor comercial, a ostra portuguesa Crassostrea angulata, contribuindo para a competitividade e viabilidade das empresas aquícolas;
2. Contribuir para a gestão sustentável, proteção e restauração da biodiversidade marinha através do estímulo à aquacultura de espécies autóctones;
3. Desenvolver metodologias inovadoras para a produção de semente da ostra portuguesa;
4. Investigar o potencial de dietas de microalgas autóctones como fator de otimização no condicionamento de reprodutores, no cultivo larvar e no desenvolvimento de juvenis da ostra portuguesa;
5. Testar o sucesso da ostra semente, produzida nas condições experimentais do projeto, em viveiros de produção de ostra portuguesa;
6. Promover a proximidade entre a investigação científica e os profissionais do sector, contribuindo para a inovação nas empresas de aquacultura;
7. Melhorar as competências dos profissionais do sector da aquacultura de bivalves;
8. Melhorar a qualidade dos recursos marinhos produzidos em Portugal.

TAREFAS


Tarefa 1: Seleção de espécies de microalgas autóctones

Objetivo: Identificar espécies de microalgas autóctones com potencial na produção aquícola de bivalves, em particular da ostra portuguesa Crassostrea angulata.

Descrição: Nesta tarefa será feita uma caracterização do fitoplâncton em zonas de bancos naturais de ostra. A partir de amostras naturais, serão isoladas espécies de microalgas autóctones que serão adaptadas a condições de laboratório para posteriormente serem usadas nos ensaios de aquacultura de ostra portuguesa.

Tarefa 2: Avaliação do potencial de crescimento e do valor nutricional das microalgas para a produção de ostra portuguesa

Objetivo: pretende-se nesta tarefa identificar as microalgas autóctones de melhor rendimento e qualidade nutricional para produção em escala compatível com unidades de aquacultura de bivalves.

Descrição: Nesta tarefa serão feitos ensaios de produção de microalgas a uma escala piloto compatível com ensaios de cultivo de ostra portuguesa. Será avaliado o valor nutricional da dieta, em particular através da análise do perfil de ácidos gordos com ênfase nos ácidos gordos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), fundamentais para o crescimento, reprodução e sobrevivência da ostra e de outros bivalves. Será ainda avaliada a composição em pigmentos das diferentes microalgas.

Tarefa 3: Cultura de diferentes estados de C. angulata com diferentes dietas

Objetivo: Pretende-se nesta tarefa testar diferentes combinações das espécies de microalgas selecionadas na cultura de C. angulata.

Descrição: Nesta tarefa serão efetuados ensaios de acondicionamento de reprodutores de ostra portuguesa, obtidos de bancos naturais, submetidos a uma dieta com as microalgas isoladas na tarefa 1. Será induzida a libertação de gâmetas e proceder-se-á à fecundação controlada. Serão efetuadas experiências de cultura larvar, pós-larvas e juvenis onde serão testadas diferentes dietas com microalgas.

Tarefa 4: Otimização da cultura larvar e pós-larvar/juvenis de C. angulata em termos fisiológicos (composição bioquímica) e de crescimento.

Objetivo: Pretende-se nesta fase avaliar a melhor dieta para a otimização da cultura larvar e pós-larvar/juvenis de C. angulata em termos fisiológicos e de crescimento.

Descrição: Nesta tarefa serão avaliados a sobrevivência e o crescimento dos diferentes estados larvares. Será igualmente feita a caracterização bioquímica, nomeadamente a analise dos ácidos gordos. Dependendo do sucesso dos ensaios anteriores, os juvenis serão colocados em sacos ostrícolas para produção e engorda no meio natural. Será avaliada a sobrevivência e o crescimento de diferentes lotes.

Tarefa 5: Comunicação e disseminação dos resultados

Objetivo: garantir a eficiente comunicação e disseminação dos resultados do projeto junto dos profissionais do setor com o objetivo de garantir a transferência de conhecimento entre as instituições de I&D e o setor produtivo. Promover a literacia dos oceanos e as atividades de exploração sustentável de recursos marinhos, divulgando junto do público escolar o conhecimento sobre a ecologia e biologia do fitoplâncton e bivalves, a relevância da conservação do património genético autóctone e o potencial nacional para a exploração de produtos aquícolas.

Tarefa 6: Gestão e acompanhamento do projeto

Objetivo: Gestão e coordenação do projeto para garantir que os objetivos são atingidos no tempo previsto e de acordo com o orçamento. Organização de reuniões, redação de minutas, relatórios intercalares e relatório final do projeto.